sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

O ATENTADO DE 11 DE SETEMBRO E A FILOSOFIA

* Mauro Ferreira de Souza tem bacharelado em teologia, filosofia, especialização e mestrado. Todos pelas Universidades Mckenzie e Metodista. RESUMO A filosofia tradicionalmente pula seus próprios muros e habita em outros espaços, pois ele é interdisciplinar e multidisciplinar ao mesmo tempo. Como dizia Merleau Ponti, “ela está em todos os lugares e não se firma em lugar nenhum”. Dada esta multidisciplinaridade da filosofia, sua história como a história do pensamento ou sua evolução como proposta hegeliana, falar dos atentados de 11 de setembro e sua relação com a filosofia contemporânea, é fazer a conexão necessária da filosofia no seu tempo, onde envolve fatores diversos como: economia, religião, história, política e sociedade. Trata-se de um verdadeiro banquete que tem cheiro e sabor e cujo resultado será digerido para se fazer uma crítica da realidade da existência. Nesta perspectiva, o transito das idéias perpassam o ambiente meramente acadêmico, objetivando uma reflexão mais densa e necessária para o debate. Assim, como bem escreveu Cerqueira Filho, baseado nos da obra “Filosofia em tempo de terror: Diálogos com Habermas e Derrida”. “Os episódios de 11 de setembro em Nova Iorque recolocaram em pauta o conceito de “guerra justa”, pragmaticamente pensado como auto-defesa. Diante da ineficácia simbólica, da idéia de ‘guerra limpa’, ‘guerra tecnológica’, onde não haveria mais “banhos de sangue” a ser exibido, nem combate “corpo a corpo”. “Os americanos ainda não criaram uma civilização, no sentido profundo e completo que atribuímos à palavra civilização. O que eles criaram é uma metrópole de força” (Discurso pronunciado em 17 de janeiro de 2002, 11º ano pós-guerra do Golfo Pérsico iniciada por George Bush). Saddam Hussein. "Eu assumo a responsabilidade por tomar a decisão, a difícil decisão de formar uma coalizão para remover Saddam Hussein, porque a inteligência – não apenas a nossa inteligência mas a inteligência deste grande país [continuou Bush, se referindo à Blair e seu país] (...) expôs um argumento claro e irresistível de que Saddam Hussein era uma ameaça à segurança e à paz”. (George W. Bush, New York Times, 18.07.2003). CONSIDERAÇÕES INICIAIS Em 11 de setembro de 2001, aconteceu o maior atentado terrorista da história: o ataque às torres gêmeas do World Trade Center, em Nova York. O mundo ficou chocado pelo caráter grandioso e sanguinário do ato, que provocou a morte de cerca de três mil pessoas. Além disso, o atentado terrorista teve diversas conseqüências para a política internacional. Alguma delas se faz sentir até hoje, como a invasão do Iraque pelos Estados Unidos. Os atentados de 11 de setembro à maior potência mundial marcam um novo episódio nas relações de forças entre os de “cima” e os de “baixo”. Depois da Guerra Fria, a União Soviética deixou de existir como inimigo dos Estados Unidos, que precisaram fabricar um novo inimigo para continuar o jogo maniqueísta e, assim, justificar o terror de Estado desenvolvido pelas políticas administrativas e financeiras americanas. Logo foi apontado o novo inimigo – o fundamentalismo islâmico – portador do mal, e o próprio satã era Osama Bin Laden. Sua ligação com diversos atentados cometidos contra os interesses americanos, no decorrer da última década do século XX, faz dele o homem mais procurado pelos Estados Unidos, o inimigo público nº 1, tendo sido sua cabeça colocada a prêmio. No dia 11 de setembro de 2001, o mundo parou e vimos uma nação (que sempre transparece arrogância) fragilizada. Neste dia ocorreram uma serie de ataques aos EUA, que resultaram em milhares de mortos e feridos. Quatro aeronaves foram seqüestradas por integrantes do grupo islâmico Al-Qaeda, Um dos aviões sofreu uma queda quando passageiros reagiram ao seqüestro, à queda ocorreu em campo aberto em Shanksville, Pensilvânia, tendo como vitimas apenas os tripulantes do avião. Em um outro avião os seqüestradores fizeram-no colidir contra o quartel general de defesa dos Estados Unidos da América, o Pentágono, no Condado de Arlington, Virginia. E o mais chocante foi os dois avião que colidiram com as duas torres do Word Trade Center, em Manhattan New York. O saldo no ataque foi de aproximadamente 3.000 mortos. A primeira colisão se deu as 8:46 da manhã, o vôo 11 da American Airleins se chocou com a torre norte do Word Trade Center. A segunda colisão ocorreu as 9:03:11 da manhã entre o vôo 175 da United Airlines com a torre sul do Word Trade Center. Já às 9:37:46 da manhã o vôo 77 da American Airlines colidiu com o Pentágono. E às 10:03: 11 da manhã ocorreu à queda do vôo 93 da United Airlines, após passageiros se revoltarem com os seqüestradores. Nenhum ocupante das aeronaves seqüestradas sobreviveram. Logo após as colisões, as torres gêmeas desabaram quase simultaneamente, outras construções também vieram a desabar e outras ficaram bastante danificadas. Atualmente onde antes ficavam as torres gêmeas do Word Trade Center, virou um memorial, e está sendo planejada à construção de um monumento em homenagem as vitimas dos ataques. Após os ataques de 11 de setembro de 2001, foi intensificada a segurança nos Estados Unidos e em outros países. Mesmo com intensificação da segurança, de 2001 a 2006 já ocorreram outros ataques, mas nenhum com a magnitude do de 11 de setembro. O Papel da Filosofia Na filosofia, o transito das idéias perpassam o ambiente meramente acadêmico, objetivando uma reflexão mais densa e necessária para o debate. Assim, como bem escreveu Cerqueira Filho, baseado na obra “Filosofia em tempo de terror: Diálogos com Habermas e Derrida” de Giovanna Borradori, “Os episódios de 11 de setembro em Nova Iorque recolocaram em pauta o conceito de “guerra justa”, pragmaticamente pensado como auto-defesa. Diante da ineficácia simbólica, da idéia de “guerra limpa”, “guerra tecnológica”, onde não haveria mais “banhos de sangue” a ser exibido, nem combate “corpo a corpo”. Esse livro apresenta o primeiro encontro entre o alemão Jürgen Habermas e o francês Jacques Derrida, dois dos mais importantes e polêmicos filósofos contemporâneos que representam posições filosóficas e políticas divergentes. Ao serem questionados, logo após o ataque terrorista de 11 de setembro de 2001, sobre a contribuição que a filosofia tem a dar tanto ao entendimento dessa forma de terrorismo quanto à reação unilateral por parte dos Estados Unidos, surpreendentemente ambos se mostram de acordo a respeito do que fazer para impedir a polarização entre o bem e o mal: apelam para o retorno dos ideais iluministas de participação e cidadania, agora no plano mundial. Nos diálogos, Habermas é denso, econômico, elegante, promovendo a tolerância, enquanto Derrida segue os meandros instigantes na desconstrução da idéia de terrorismo global, promovendo a hospitalidade. Cada diálogo é acompanhado por um ensaio crítico de Giovanna Borradori, traçando o contexto filosófico e intelectual em que as idéias apresentadas ganham significado pleno. Segundo Jürgen Habermas “Sem dúvida a incerteza do perigo pertence à essência do terrorismo. Mas os cenários de guerra biológica ou química, pintados em detalhe pela mídia norte-americana durante os meses que se sucederam ao dia 11 de setembro, as especulações sobre os vários tipos de terrorismo nuclear, tudo isso apenas trai a incapacidade que o governo tem de pelo menos determinar a magnitude do perigo.” Na mesma linha, Jacques Derrida diz que “Mais do que a destruição das Torres Gêmeas ou o ataque ao Pentágono, mais do que a matança de milhares de pessoas, o ‘terror’ real consistiu na imagem do terror pelo alvo em si. O alvo (os Estados Unidos...) teve como interesse próprio expor sua vulnerabilidade, dar a maior cobertura possível à agressão da qual desejava se proteger.” Cerqueira Filho segue uma linha mais crítica do que Geovanna via Derrida. Diz: Os episódios de 11 de setembro em Nova Iorque recolocaram em pauta o conceito de “guerra justa”, pragmaticamente pensado como auto-defesa. Diante da ineficácia simbólica, da idéia de ‘guerra limpa’, ‘guerra tecnológica’, onde não haveria mais “banhos de sangue” a ser exibido, nem combate “corpo a corpo”. Em verdade este conceito foi elaborado pela cristandade ocidental no século XII, a partir da expansão da sociedade européia ocidental através das lutas contra os hereges, das investidas das cruzadas e da criação da Inquisição. De modo que, “estamos diante de um embate ideológico travado no interior da teologia política ocidental que percorreu vários séculos” (Cerqueira Filho e Neder, 2003). Outra opinião crítica do “11 de setembro” é a de Noan. Noam Chomsky acadêmico, professor de lingüística e filosofia no Massachusetts Institute of Technology (M.I.T), é também um ativista político incansável em suas manifestações contra o capitalismo americano. Considerado um homem de inteligência e brilhante, Chomsky sempre foi um critico ferrenho da política externa norte americana. O livro “11 de setembro” reúne várias entrevistas concedidas pelo autor para mídia internacional, sendo em sua maioria, realizadas por e-mail. Tem como tema os atentados de 11 de setembro de 2001 em Nova York e no Pentágono. O livro trás dois apêndices onde há indicação de leitura complementar sobre o tema e o Relatório do Departamento de Estado sobre as Organizações Terroristas Internacionais. Noam Chomsky demonstra com dados e fatos como somos manipulados pela força da propaganda a serviço do poder. Mostra os reais ressentimentos por trás dos atentados atribuídos a Bin Laden e a falsificação deles para tornar a incursão americana no Oriente legitima. O autor deixa claro que os E.U.A. também é uma nação terrorista e exemplifica esta afirmação ilustrando o que ocorreu na Nicarágua, lembrando que os E.U.A. foi condenado internacionalmente e que esta condenação não teve efeito algum, demonstrando que faltou força política contra a toda poderosa América. Para Noam Chomsky os atentados não foram uma resposta a política internacional do E.U.A., mas que esta política deve ter colaborado, e muito, para reações de apoio aos atentados ao redor do mundo. Primordial para quem não acredita piamente no que é publicado e divulgado pela mídia. É interessante e curioso ler este livro agora que se passaram quase uma década após os ataques as Torres Gêmeas. A discussão continua atual e os desdobramentos ainda refletem no mundo inteiro. Para Saly da Silva Wellausen , após a desagregação dos blocos geopolíticos, formados com a Segunda Guerra Mundial e a Guerra Fria, em conjugação com o desenvolvimento intensivo e extensivo do capitalismo no mundo, observa-se a emergência da questão nacional. Nos anos 90, o mundo viu o nascimento de um mundo “plural”, com o desaparecimento do comunismo do cenário ocidental, marcando a transição histórica da geopolítica ocorrida na segunda metade do século XX, determinada pela rivalidade ideológica entre as duas potências mundiais. De um lado, o socialismo nasceu como programa em 1848, com o Manifesto Comunista de Karl Marx. O comunismo assumiu o poder na Rússia em 1917, estendeu-se ao Leste europeu no pós-guerra e findou, simbolicamente, em 9 de novembro de 1989 com a queda do Muro de Berlim. No Extremo Oriente, na China, a doutrina marxista influenciou poderosamente a vitória de Mao Tse-Tung na luta contra Chiang-Kai-Shek, estabelecendo novo regime comunista a partir de 1949, e que é até hoje a grande expressão do socialismo. De outro lado, o capitalismo moderno nasceu da Revolução Industrial Britânica no século XVIII e da Revolução Francesa em 1789. O fim dos blocos geopolíticos, desenvolvendo o conteúdo puramente geográfico aos conceitos “leste” e “oeste”, criou condições para o surgimento de um mundo multipolar. Diz mais: [...] O fim da Guerra Fria reabriu lutas étnicas, em que questões regionais e locais substituíram blocos mundiais na relação entre países.Do enclave armênio, da Ásia Central aos países bálticos, do Kosovo iugoslavo à Transilvânia romena, da Moldávia à Bulgária surgiram tipos de reivindicações etno-regionais, evidenciando, cada uma à sua maneira identidades coletivas em busca de sua autonomia. As mutações da sociedade civil caminharam lado a lado com as tentativas de reorganizar seu espaço geopolítico: Hungria e Romênia deterioraram suas relações; graves tensões abalaram Albânia e Iugoslávia; sangrentos combates ocorreram entre armênios e azerbaijanos, enquanto um acordo de paz entrou em vigor em Angola e na Namíbia, em 1988. (WELLAUSEN, 2002: p. 85,86) A expansão dos Estados Unidos pode ser explicada como uma nova ordem capitalista que se materializa, unindo o poder econômico ao poder político. “Em termos constitucionais, os processos de globalização já não são apenas um fato mas também uma fonte de definições jurídicas que tende a projetar uma configuração única suprapartidária de poder político” (cf. Hardt & Negri, 2001, p. 27). A supremacia do poder político provoca sentimentos de fúria, desespero e indignação moral, desencadeadores de ações terroristas. Uma nova ontologia da violência se instala na história: o poderio americano expande-se e domina o mundo pelo poder político e econômico (os de “cima”) contra o crescimento do islamismo radicalizado – enquanto religião e luta política terrorista (os de “baixo”) – estabelecendo relações de poder assimétricas pela ação pontual de suas estratégias . O que a Religião tem haver com o “11 de Setembro” Existem muitas opiniões diferentes e não poucas divergentes quanto ao papel da religião no ataque de 11 de setembro. Uns são a favor da idéia de que o 11 de setembro foi um ataque de cunho religioso fundamentalista, outros não. Sem discutir aqui opiniões diferentes, uma opinião pode-se ser colocada aqui: No "Tratado Teológico-Político", de 1670, Spinoza percebeu que a luta religiosa não passava de um pretexto para que os homens usassem para ocultar suas ambições de poder e de domínio, pois, como dizia Spinoza: "inclusive os teólogos estão preocupados em saber como extorquir dos Livros Sagrados as suas próprias fantasias e arbitrariedades, corroborando-as com a autoridade divina". Segundo a argumentação de Spinoza, Deus, na verdade, não tinha nada a ver com aquilo. Todo o mundo é ortodoxo para si mesmo, isto é, se considera o portador da verdadeira fé, o que indispõe qualquer um para com a fé dos outros. Então, é preciso evitar que uma certeza como essa degenere em guerra civil. A verdadeira religião, diz o filósofo, não se prende à riqueza, nem ao domínio do clero, nem muito menos aos massacres. Outro fator como viés religioso do onze de setembro de 2001, tem valores particulares em detrimento da coletividade e usa a religião como recurso . Assim quero aqui abrir o debate com estas duas teses. Tem-se observado tanto no discurso político quanto no discurso religioso um crescente fomento ao fundamentalista e ao fanatismo. Pode-se apontar como um dos motivos desse momento fundamentalismo questões que envolvem não somente a economia de mercado, como também a hegemonia do poder religioso. Segundo Erwin W. Lutzer (2003) a cruz de Cristo foi usada por Hitler com uma vinculação religiosa para destruição do povo judeu e de raças inferiores segundo ele. O autor disserta sobre “Como a cruz de Cristo foi usada por Hitler para promover a ideologia nazista”. Para ele o pano de fundo da ideologia nazista foi um crença religiosa disfarçada, ou seja, religião com uma farsa . Nos Estados Unidos, uma coalizão cristã (católicos radicais e protestantes fundamentalistas) levou George W. Bush à presidência da República. Ele assumiu uma posição radical com ares religiosos declarando a “luta do bem contra o mal”, expressão que ficou conhecida no mundo desde os primeiros dias de seu governo. Bush referiu-se “o mal” aos islâmicos fundamentalistas. Em 2002 declarou que países islâmicos fundamentalistas estão no “eixo do mal”. Por outro lado, os islâmicos tinha os Bush (pai e filho) e os que o apóiam como “o mal ou os destruidores da fé islâmica”. Vale aqui um brilhante artigo de Agnaldo Portugal . Para ele, parece inegável que os eventos do dia 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos tiveram grande vínculo com a religião. Não só a alegada motivação dos que fizeram os ataques e se dispuseram a morrer por ele, como parte importante da reação americana e mundial também tinham elementos religiosos. A rigor, isso não deveria surpreender. Apesar da forte crítica a que foi submetida na filosofia moderna e contemporânea e das previsões de que estaria fadada à extinção diante do progresso da tecnociência, a religião tem ainda enorme e profunda importância para a vida da imensa maioria dos seres humanos. Mais do que isso, talvez ela seja parte fundamental daquilo mesmo que nos caracteriza como humanos. Diz categoricamente: Tentemos entender do que estamos falando. O conceito de religião proposto pelo filósofo britânico John Hick, por sua abrangência, parece servir bem a esse propósito. Segundo ele, “religião é uma resposta humana ao transcendente”. O interessante desse conceito é que ele ao mesmo tempo admite que se trata de um conjunto de construções simbólicas humanas, feitas em diferentes culturas e momentos históricos, mas realça que isso é resposta a algo que não se reduz e sim está para além da particularidade das culturas, da história e do indivíduos humanos. Assim, por um lado, as religiões são criações humanas, apresentando um conjunto de crenças e valores, ritos e cultos, uma comunidade participante e, frequentemente, um grupo especializado de oficiantes. Por outro lado, essa criação humana se refere a questões fundamentais da existência, sobre a origem e o destino, o sentido e a razão das coisas do mundo e que não podem ser confundidos com essas coisas para poderem cumprir esse papel de sentido e razão. A atividade religiosa pode ser entendida como a busca humana de estar em contato profundo, de se aproximar desse sentido fundamental da realidade, tido como divino ou sagrado. (dez anos do 11 de setembro - 09/09/2011) Consulta em 13/09/2011 http://www.unb.br/noticias/unbagencia/artigo.php?id=440 Até o século XVIII, a crítica à religião e à noção de divindade era feita em nome de uma proposta alternativa de religiosidade e de concepção do divino. Foi nos últimos séculos que a filosofia passou a criticar toda e qualquer noção de divindade e de prática religiosa como fundamentação de poder. Surgiu então o fenômeno atual do ateísmo naturalista, como as idéias de grandes pensadores como Feuerbach, Marx, Nietzsche e Freud, sem deixar de lado Kant e o kantismo o qual separou por definitivo a religião da razão e do poder sem tecer críticas mais contundentes sobre o fórum íntimo das pessoas que professavam sua religião. Porém, a filosofia do final do século XX em diante e muitos acontecimentos recentes mostraram que várias dessas críticas não eram assim tão fortes e que a religião não estava tão fadada ao desaparecimento em vista da ciência e do progresso material. Percebeu-se que religião e ciência têm complexas relações que não podem ser reduzidas ao conflito apenas. Além disso, mesmo em sociedades com grande progresso material, a religião ainda cumpre papel importante, embora adquirindo, por vezes, novas formas e conteúdos. Atualmente, na filosofia, é o materialismo naturalista que se critica cada vez mais. Em suma, religião tem a ver com o que há de mais importante na vida humana e não é estranho que estivesse presente também num acontecimento marcante como o 11 de setembro. Ela pode ser acusada de ter sido pretexto para um ataque que tirou a vida de milhares, mas estava também presente no consolo daqueles que perderam parentes e amigos. Serviu para propósitos políticos que estavam por trás daqueles atos, mas também foi base para a indignação ética contra essas mesmas ações. A amplitude do papel que desempenhou naquele evento mostra que temos aqui um fenômeno que resiste a entendimentos reducionistas. Um fenômeno tão complexo quanto o próprio ser humano e possivelmente um dos principais responsáveis pela complexidade e riqueza deste. (dez anos do 11 de setembro - 09/09/2011). Consulta em 13/09/2011 http://www.unb.br/noticias/unbagencia/artigo.php?id=440 As observações de Carla Noura Teixeira em palestra na Universidade Mackenzie-2007, com o Tema: “Os Direitos Humanos como Parâmetros Mínimos Irredutíveis”, relaciona o 11 de setembro como o dilema do capitalismo. Descreve: Refere-se ao atentado terrorista ao Word T. Center em 11 de setembro de 2001, cuja autoria foi confirmada. Os atentados terroristas ocorridos em 11 de setembro de 2001 em território norte-americano - quando dois aviões se chocaram contra os prédios do World Trade Center em Nova York, um outro atingiu o Pentágono em Washington, e, um quarto, não chegou ao destino planejado pelos terroristas, por força dos tripulantes e passageiros que empreenderam uma reação à dominação da aeronave -, trouxeram novo e grande impacto ao cenário internacional e, em particular, a seara do direito internacional dos direitos humanos. Atualmente, segundo Cançado Trindade “Vivemos um momento sombrio, resultante do recrudescimento do unilateralismo, sobretudo com a ação militar no caso Kosovo (sem a prévia autorização do Conselho de Segurança da ONU) e com as conseqüências dos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, que acarretam uma erosão das garantias judiciais e dos princípios gerais do Direito. Há uma vasta jurisprudência internacional condenatória de medidas de exceção que representa hoje um baluarte contra as tentações do cesarianismo e um verdadeiro patrimônio jurídico de todos os povos. A nenhum Estado é dado considerar-se acima do Direito. Não se pode combater o terrorismo com a repressão indiscriminada”. Verifica-se que o dilema entre os Estado de Polícia e o Estado de Direito acercou-se da comunidade internacional em razão do clamor público por segurança frente ao terrorismo, uma “guerra” mais injusta da feita que o inimigo é invisível. Como bem alerta Flávia Piovesan “o Pós 11 de setembro aponta o desafio de que ações estatais sejam orientadas pelos princípios legados do processo civilizatório, sem dilapidar o patrimônio histórico atinente a garantias e direitos. O esforço de construção de um “Estado de Direito Internacional”, em uma arena mais democrática e participativa, há de prevalecer em face da imediata busca do “Estado Polícia” no campo internacional, fundamentalmente guiado pelo lema da força e segurança internacional”. De outro modo, a evolução do direito internacional dos direitos humanos e a estruturação do sistema internacional de proteção aos direitos humanos trouxeram ganhos inarredáveis: o papel dos organismos internacionais, como foros legítimos de debates multilaterais; a via do consenso para a tomada das decisões que atingem a sociedade internacional; e, ainda, a inclusão em definitivo do indivíduo como sujeito de direito - relembrando Hannah Arendt, o indivíduo como titular de direito a ter direitos. Todos, pautados em um Estado democrático de Direito em que os valores liberdade e igualdade servem de fundamento, ou seja, a negação da regulação da sociedade pautada neste dever-ser, que consiste na busca de uma sociedade de livres e iguais, significa a assunção de um papel não democrático pelo Estado. (Carla Noura Teixeira-Universidade Mackenzie-2007, Os Direitos Humanos como Parâmetros Mínimos Irredutíveis). Outra observação muito pertinente sobre os ataques e a relação com o campo das ciências sociais e a de Thomas Friedman, quando responde a pergunta: - Por que ocorreu o ataque do 11 de setembro? É a pergunta inicial do filme - documentário de Thomas Friedman. Zeitgeist . Zeitgeist - O Espírito do Tempo. A partir de idéias de vanguarda sobre política, religião, economia e sociedade, o filme foi lançado gratuitamente online em junho de 2007, e apresenta o cristianismo, os ataques do 11 de Setembro e as instituicões bancárias (especialmente o FED - Reserva Federal dos Estado Unidos) como instrumentos contemporâneos de controle social e dominação global. Nesta perspectiva, pode citar Benjamin Dislaeli, estadista inglês, 1844 que de forma poética diz: Não te preocupes com os homens por detrás das cortinas. Existe algo por trás do Trono maior que o próprio Rei. O mundo é governado por personagens bastante diferentes daqueles imaginados por aqueles que não estão atrás da cena. como os reais detentores do poder econômico chegaram lá, através de uma série de manobras que fizeram com que alguns grupos criassem e tomassem conta do Banco Central norte-americano, o FED, monopolizando o controle da riqueza de todo o país e, em grande parte, do mundo.Thomas Jefferson, 1743-1826 dizia: Acredito que as instituições bancárias são mais perigosas do que os exércitos. Se os americanos permitirem aos bancos privados controlar a moeda, os bancos e corporações crescerão e depravarão as pessoas de suas propriedades até que suas crianças acordem sem lar no continente que seus pais conquistaram um dia. A palavra alemã zeitgeist pode ser compreendida como “o espírito do tempo” ou “espírito da época”, ou seja, o conjunto de todo conhecimento humano acumulado ao longo dos tempos que se apresenta em um dado momento da história. É o “status intelectual e cultural” de uma sociedade em dado momento no tempo. Na mesma perspectiva vai discorrer sobre o tema Sonia Montano quando reproduz o pensador, filósofo e critico literário britânico na revista Fronteiras do Pensamento 2010 com o tema: “O ateísmo e a guerra ao terror”. Para Eagleton o retorno do debate sobre Deus está relacionado ao 11 de Setembro de 2001, em que foram destruídas as Torres Gêmeas, em Nova Iorque. O discurso dos neoateístas seria o braço teórico da guerra contra o terror. A queda das torres aconteceu depois que vários ideólogos ocidentais pós-guerra fria tinham declarado que a própria história tinha chegado ao fim. Essa visão do fim da história refletia em termos intelectuais um triunfalismo político do Ocidente. Esse triunfalismo resultou em relações muito duras que ajudaram a desencadear o islamismo radical. O fim das grandes narrativas, na verdade, desencadeou outra grande narrativa, a de um tipo de leitura do Corão. Para Eagleton, o Islã radical está forçando o Ocidente a se confrontar com as grandes contradições, perguntas que acontecem em um momento em que o Ocidente está menos equipado para responder, porque estaria vivendo um desarmamento espiritual. Embora o britânico reconheça que há varias razões para ficar alarmado com o islã radical, ele dramatiza a contradição entre a urgência do Ocidente de crer e sua incapacidade crônica de crer. “Não é porque a fé no Ocidente não tenha força, mas simplesmente porque as civilizações no capitalismo tardio são lugares inerentemente pragmáticos e seculares, racionalistas, instrumentais etc. Aqui temos aversão por aquilo que se chama de crenças profundas. Não é a crença profunda que move o Ocidente, é a sociedade de mercado”, explica. Uma solução lembrada por Eagleton foi dada por Nietzsche: “Se você constata que esses discursos metafísicos não tocam as pessoas, então simplesmente jogue fora a macroestrutura, Deus está morto e não foi morto pelos ateístas, foi morto pelos crentes. Desliguem os aparelhos que o mantêm vivo”, disse Eagleton parafraseando Nietzsche. A segunda razão apontada pelo conferencista para explicar o retorno do debate sobre Deus foi o que chamou de fracasso ou limitação da cultura. Quando a religião começou a ser minada no século 19, não pelo ateísmo e sim pelo capitalismo industrial, começou, segundo Eagleton, um fenômeno poderoso: a cultura. Não no sentido estreito das artes. Cultura como formas de vida, de linguagens, de parentescos, de pertenças etc. A cultura é tão importante que é aquilo pelo qual as pessoas estariam dispostas a matar ou a morrer. A cultura nesse sentido é tão importante que é sobrevalorizada como culturalismo, isto é, umas das heresias do pós-modernismo, o dogma cultural que crê que a diferença e a pluralidade são coisas boas em si mesma. “Para mim, 53 partidos fascistas em lugar de 2, só para garantir a pluralidade, seria muito pior”, exemplifica Eagleton. A religião voltou porque a cultura se encontra em crise como possível alternativa para a religião. Para bem ou para mal, a religião é a forma simbólica mais poderosa. Nenhuma forma simbólica na história teve condições de associar as práticas cotidianas de milhões de homens e mulheres quase que diretamente com as verdades fundamentais. A cultura não consegue isso. Terry Eagleton encerrou a noite com uma sessão de autógrafos no saguão do Salão de Atos da UFRGS. http://www.unimedpoa.com.br/mkt/resumo_fronteiras_090810. Outro crítico da interpretação de que o terrorismo tem vinculação com o fanatismo religioso é o professor do Departamento de Filosofia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP Paulo Arantes. Crítico dessa interpretação, acredita que a explicação para o avanço do terrorismo não está no fanatismo religioso. Para ele, os atentados são fruto da conjuntura política mundial, relacionada principalmente ao expansionismo norte-americano. O islamismo, segundo Arantes, seria apenas o fator de mobilização política contra a dominação estrangeira, sobretudo em países detentores de petróleo. Vende-se essa idéia de que existe um 'choque de civilizações'. Não se trata de guerra de religiões, pois isso não faz mais sentido. A religião é apenas uma motivação para racionalizar ressentimentos muito específicos. Constata o professor, referindo-se ao islamismo como a religião de maior potencial mobilizador no atual cenário político mundial. Ele acredita que a questão não tem nada a ver com o fanatismo religioso. Há uma espécie de vazio político de pensamento na sociedade contemporânea. Qualquer pessoa que esteja disposta a defender energicamente um ponto de vista e pense em alternativas que transcendam à ordem comum das coisas e ao consenso da sociedade contemporânea, é taxada como? Fanática? Porque comete exageros e desvios da normalidade e porque tem princípios? Há um erro de percepção. Veja uma parte da entrevista com o professor: Em sua opinião, quais são as razões sociais para o crescimento do número de atentados terroristas suicidas nas últimas décadas? Arantes - Tenho a impressão de que o avanço do terrorismo tem a ver com o retrocesso dos movimentos sociais e sindicais no mundo inteiro e com o colapso da modernização das periferias, em cidades que concentram grande contingente populacional sem qualquer perspectiva. O planeta hoje é urbano, e esse problema não se resolve da noite para o dia. O capitalismo só agrava isso. Como há uma desmoralização de todas as idéias progressistas e socialistas do século passado, a religião mobiliza parte dessa periferia, e a religião mobilizadora desse momento é o islamismo. Como todas as alternativas estão bloqueadas, o terrorismo torna-se a mais viável. Ou seja, o que é e o que será do terrorismo está diretamente ligado à atual conjuntura do capitalismo. Arantes -É, essa me parece a visão mais convincente. E de que forma os eventos geopolíticos influenciaram para a constituição do atual cenário de avanço do terrorismo? Arantes - Há autores que localizam em 1953 o epicentro da atual crise mundial, quando os EUA promoveram um golpe de Estado sangrento contra Mohammad Mossadegh, primeiro ministro iraniano que havia nacionalizado as companhias petrolíferas inglesas e americanas presentes no Irã. Colocou no lugar uma ditadura sanguinária da dinastia Pahlevi, em princípio para modernizar o Irã. Isso desestabilizou toda a região. A revolução iraniana (1979) é um ricochete dessa intervenção promovida pelos serviços de inteligência americanos para controlar o petróleo naquela região. Se analisarmos esse evento como o foco do movimento islâmico radical atual, percebemos que é um movimento estratégico de enfrentamento entre poderes no tabuleiro geopolítico internacional, que não tem nada a ver com o fanatismo. Simplesmente os aiatolás iranianos mobilizaram um sentimento nacional que se exprimiu religiosamente como um sentimento de luta contra a espoliação colonial iniciada pelo golpe de Estado. O mundo ainda está pagando o preço desse desarranjo inicial. Quer dizer que o fator política é mais determinante que o fator islamismo para explicar a escalada terrorista atual? Arantes - Nenhuma religião foi tão militar e territorialmente expansionista como o cristianismo. Mas por que dizem que só o islã é uma religião militar e expansionista? Porque, nesse momento, as igrejas ocidentais convocam seus fiéis para o consumo, enquanto a religião islâmica mobiliza politicamente seus fiéis. Isso faz uma enorme diferença no mundo. Essa diferença tem um custo político e tem resultados estratégicos. Deve-se lembrar que o chamado terrorismo islâmico expulsou do Líbano os americanos, franceses e israelenses. O fato de haver um crescimento exponencial do terrorismo suicida mostra que ele funciona, tem resultados. É uma estratégia racional, semelhante ao que foram os kamikazes. As pessoas se escandalizam com coisas que estão aí há décadas. Mas não quero banalizar o terrorismo, acho que é uma importante questão do mundo contemporâneo. Eu, como marxista, sou antiterrorismo. Na tese clássica do marxismo e do leninismo, o terrorismo desmoraliza as pessoas, desmotiva massas e classes sociais. Portanto, sou insuspeito de fazer apologia ao terrorismo. Mas acredito que o terrorismo veio para ficar, faz parte das questões insolúveis da sociedade contemporânea. http://www4.usp.br/index.php/ciencias/8930 Considerações Finais Os atentados de 11 de setembro de 2001 ensinaram muitas coisas. Para quem conhecia o complexo do World Trade Center situado no Lower Manhattan concordava que aquelas imponentes torres pareciam ser eternas, não só pela solidez da construção, como também pelo simbolismo que traziam ao sistema capitalista. Mas elas ruíram, e ruíram com apenas 28 anos de idade! Quem poderia prever a evaporação da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas? O fim da “guerra fria”? A queda dos muros de Berlim em que separava a Alemanha em duas, uma capitalista e a outra socialista. Em tese, o capitalismo exerceu sua hegemonia avalassaladora, o que não significa obrigatoriamente o fim da guerra, a plenitude, e a melhora na vida das pessoas. Foi apenas uma faze que terminou no “espírito da época” como bem dizia o velho Hegel. Foi o começo de uma nova investida mais arrojada do capitalismo no oriente médio em países antes suas colônias ideológicas como Paquistão, Afeganistão e Iraque, países que no passado receberam investimentos americanos para conterem os avanços do comunismo soviético. O discurso estigmatizado criado após o “11 de setembro”, que relacionava a religião islâmica à intolerância e à violência, não era e não é verdadeiro. A acusação sobre Sadan de que Iraque tinha armas biológicas e nucleares também não era verdadeira. Em suma, é maquiar o imperialismo em falsas ideologias. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E OBRAS CONSULTADAS BORRADORI, Giovanna. Filosofia em Tempos de Terror: Diálogos com Habemas e Derrida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2004. ARMSTRONG, Karen. Em nome de Deus: os fundamentalismos no Judaísmo, Cristianismo e Islamismo. São Paulo: Cia das Letras, 2001. 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Consultas a sites: http://pt.wikipedia.org/wiki/Al-Qaeda http://pt.wikipedia.org/wiki/Fundamentalismo_isl%C3%A2mico http://www.mundodosfilosofos.com.br/lea12.htm http://www.unb.br/noticias/unbagencia/artigo.php?id=440 NOTAS: Para uma pesquisa mais abrangente sobre este ponto de vista ver: CERQUEIRA Fº, Gisálio e NEDER, Gizlene, “Guerra, Política Monetária e Direito Internacional” In: IX Semana Jurídica da Faculdade de Direito da UFRJ. Rio de Janeiro, 24 a 28 de março de 2003. LIPSET, Seymour Martin, A Sociedade Americana. Uma Análise Histórica e Comparada. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1966. Do mesmo autor: A Sociedade Americana. Uma Análise Histórica e Comparada. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1966. O Homem Político (Political Man). Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1967. PARSONS, Talcott, A Sociologia Americana. Perspectivas, Problemas, Métodos. São Paulo: Editora Cultrix, 1970. RORTY, A filosofia e o espelho da natureza. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1994. 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HOAS, Hans, “Interacionismo Simbólico” In: Teoria Social Hoje/Anthony Gidens e Jonathan Turner (orgs.). São Paulo: Editora UNESP, 1999. WELLAUSEN, Saly da Silva. Terrorismo e os atentados de 11 de setembro. Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S. Paulo, 14(2): 83-112, outubro de 2002 Os ataques do 11 de setembro não foram significativos somente para os Estados Unidos e seu povo, mas também para a política global e o mundo como um todo, pois os estilhaços da derrocada espalharam-se por todos os continentes. Afinal de contas, talvez não haja até hoje na sociedade global um fato de natureza tão peculiar que, em um só tempo, tenha ganhado tamanha ênfase como os ataques às torres gêmeas, ícones simbólicos do modelo capitalista ocidental. Ver: Dissertação de Mestrado apresentada à PUC-SP de autoria de Kleber Maia Marinho, no Programa de Pós-graduação em Ciências da Religião. Ver ainda: RODEGHERO, C. S. Religião e patriotismo: o anticomunismo católico nos anos da Guerra Fria. Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 22, n. 44, p. 463-487, 2002. JONES, D. Civil and public religion. In: ENCYCLOPEDIA of the American Religious Experience: studies of traditions and movements New York: Charles Scribners’ Sons, 1988. v. 3, p. 1388-408. Nesta perspectiva, alguns teóricos da filosofia política, sociologia da religião e de outras ciências em interface com a problemática da religião, defendem que há Estados em que se consolida uma espécie de nacionalismo religioso. Sobre isso, Marinho, 2006, ressalta que: “O denominado nacionalismo religioso refere-se ao caráter sagrado e transcendente da nação propriamente dita, considerada como um objeto de reverência. Ver: MARINHO, K. M. In The President We Trust: uma análise da concepção religiosa na esfera política dos EUA presente nos discursos de George W. Bush. São Paulo: PUCSP, 2006.

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