segunda-feira, 29 de novembro de 2010

EM DEFESA DA LIBERDADE DE EXPRESSÃO







SEGUNDA-FEIRA, 29 DE NOVEMBRO DE 2010
SOBRE O RECENTE PROTESTO CONTRA A UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

Em protesto ao pronunciamento da Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB), publicado desde 2007 no site da Universidade Presbiteriana Mackenzie contra o PL 122/2006 (conhecido como “lei anti-homofobia”), um grupo de ativistas organizou uma manifestação no dia 24 de novembro de 2010, por volta das 18h, em frente à universidade. Com previsão de mais de três mil participantes, o evento contou somente com cerca de 400, que se postaram diante dos portões da instituição, na Rua Itambé. Em seguida, o grupo deslocou-se do Mackenzie para a Avenida Paulista com um número já bastante reduzido, conforme anunciado por diversos veículos de comunicação como a Globo News, a Folha de São Paulo, a CET, o site da UOL e dezenas de outros sites informativos. Na universidade, as aulas transcorreram normalmente.

A oposição da IPB ao projeto de lei se baseia não só no senso comum e em análises jurídicas especializadas (que consideraram o projeto “inconstitucional”), mas sobretudo nos princípios cristãos que norteiam tanto a denominação quanto o Mackenzie. Não há novidade nisso: quando se matriculam na instituição, os alunos assinam o contrato de serviços educacionais, em que há uma cláusula explicando esse caráter confessional. Isso não significa perseguição a quem não subscreve essas bases cristãs, muito pelo contrário: não há registro na história da universidade de casos de discriminação de qualquer tipo, seja contra alunos homossexuais, seja contra alunos que professam outras religiões, ou nenhuma. Todos têm acesso aos mesmos benefícios, como bolsas de estudo.

No entanto, desde o momento em que a publicação do texto da IPB no site do Mackenzie foi “descoberta” pelos ativistas neste ano, a igreja, a universidade e a pessoa de seu Chanceler têm sido duramente atacados e acusados de “homofobia”. Filmados em vídeo, os manifestantes pediam a demissão do Chanceler, cuja foto foi estampada em diversos sites homossexuais acompanhada de palavras de ódio. A virulência que caracterizou essas expressões de indignação, mesmo antes da aprovação do projeto, confirma o quanto é perigoso que a sociedade se veja refém de uma minoria militante, que procura impor seus pontos de vista por meio de pressão e difamação, não admitindo que pessoas, igrejas e organizações cristãs simplesmente afirmem ser a conduta homossexual um pecado.

Para detalhar melhor sua postura bíblica — que se fundamenta no amor, não no separatismo, e prega o respeito a todos —, cristãos que partilham da mesma visão sobre o homossexualismo se uniram para elaborar o manifesto “Universidade Mackenzie: Em Defesa da Liberdade de Expressão Religiosa”. O texto foi reproduzido em cerca de oito mil sites cristãos e conservadores, recebendo mais de 36 mil citações na internet. Traduzido para idiomas como alemão, espanhol, francês, holandês e inglês, foi postado em sites de diversos países estrangeiros, como Estados Unidos, França, Alemanha e Portugal. Centenas de manifestações de solidariedade à postura do Mackenzie foram veiculadas em diversos meios, inclusive no conhecido blog de Reinaldo Azevedo (articulista da revista Veja), um dos comentaristas políticos mais lidos e respeitados do país. Respondendo às acusações de “homofobia” com argumentos sólidos e bíblicos, os cristãos creem que sua postura contribuiu para que a manifestação de repúdio ao documento da IPB tenha recebido tão pouca adesão do público.

Nós, cristãos, estamos alegres e gratos por todo o apoio recebido e pelas orações do povo de Deus em favor da Universidade Presbiteriana Mackenzie e de seu Chanceler, o Rev. Augustus Nicodemus Gomes Lopes. Instamos o povo de Deus a que se una também em súplicas e intercessões para que o Deus todo-poderoso derrame seu Espírito Santo sobre a igreja evangélica neste país. Necessitamos com urgência de um avivamento, de forma que o Cristo crucificado seja exaltado, os crentes sejam santificados, a Escritura Sagrada seja pregada com liberdade, pecadores se convertam e nosso país seja transformado, para a glória do Deus trino da graça.

DOMINGO, 21 DE NOVEMBRO DE 2010
MACKENZIE UNIVERSITY: IN DEFENSE OF FREEDOM OF RELIGIOUS EXPRESSION

In Brazil, a bill (PL 122/2006) has been proposed in order to pass a law with the objective of “combating homophobia.” This bill characterizes as a crime “any intimidating or vexing action, of moral, ethical, philosophical or psychological nature” that involves homosexuality. Based on this project, homosexual activists in Brazil initiated active opposition to Christian psychologists who offer treatment for those who wish to leave homosexuality (as with Rozangela Justino) and to pastors (such as Lutheran Rev. Ademir Kreutzfeld) who have publicly counseled their flock to avoid homosexual lifestyle. In 2007, evangelicals and Christians in general believed that if the law should be approved, they would be punished for publicly treating homosexuality as sin, which would be contrary to the freedom of religious expression granted by the Brazilian Constitution, Thus, Mackenzie Presbyterian University in São Paulo, a centenary institution of higher learning, with a body of 45,000 students and 1900 professors, whose lifelong associate is the Presbyterian Church of Brazil (IPB), published a portion of the position taken by the denomination on this matter on its site. This post was signed by its Chancellor, Rev. Dr. Augustus Nicodemus Gomes Lopes. Recently, this text and the institution have come to be accused of being homophobic by gay organizations, with ample support of the media. Its position has been distorted and presented as if it is “intentionally promoting the right to be homophobic.” Rev. Augustus Nicodemus’ photo is being shown on various gay sites on the Internet, accompanied by words of hate and insulting comments directed at him, evangelicals and the Bible.

Therefore, we, as evangelical Christians in Brazil, seek the prayers and support of fellow believers in other countries. We have also decided to issue the following manifesto, for which we seek widespread circulation:

Mackenzie Presbyterian University (Universidade Presbiteriana Mackenzie) has recently come under attack for an allegedly “homophobic” text that has been on its site since 2007. We, from several Christian denominations, wish to express our solidarity with this institution. We rise up against the indiscriminate use of the term “homophobia,” that is being applied not only to murderers, assailants and discriminators of homosexual persons, but also to Christian religious leaders who, according to the light of Holy Scripture, consider homosexuality a sin. After all, our freedom of conscience and expression may not be denied us, nor may it be confounded with violence. We believe that mentioning sins in order to call people to voluntary repentance is an integral part of announcing the Gospel of Jesus Christ. No declaration of hate may be based on the preaching of the love and of the grace of God.

As Christians, we have the biblical mandate to offer the Gospel of salvation to all people. Jesus Christ died to save and reconcile human beings with God. We believe, according to the Scriptures, that “all have sinned and fall short of the glory of God” (Romans 3:23). We are sinners, every one of us. There is no division between “sinners” and “non-sinners.” The Bible presents us with long lists of sins and informs us that, without God’s forgiveness, human beings are lost and condemned. We know that the following are sins: “sexual immorality, impurity and debauchery; idolatry and witchcraft, hatred, discord, jealousy, fits of rage, selfish ambition, dissensions, factions and envy; murders, drunkenness, orgies, and the like” (Galatians 5:19). In their traditional and historical interpretation, the Judeo-Christian Scriptures deal with homosexual conduct as sin, as can be shown by texts like Leviticus 18:22, 1 Corinthians 6:9-10, Romans 1:18-32, as well as others. If we desire the repentance and the conversion of the lost, we must also name this sin. We do not desire legally-enforced changes in behavior but, rather, conversion of the heart. And conversion of the heart does not occur because of external pressure, but by the gracious and persuasive act of the Holy Spirit of God who, as Jesus Christ taught, convicts of “sin, righteousness and judgment” (John 16:8).

We therefore wish to certify that the eventual approval of so-called anti-homophobia laws will not hinder us from extending this invitation freely to all, an invitation that may also be refused. We are not in favor of any kind of law that forbids homosexual conduct; in the same manner, we are contrary to any law that goes against a principle that is very dear to Brazilian society: freedom of conscience. The Federal Constitution (Article 5) guarantees that “all are equal before the law,” stipulates that “liberty of conscience and of belief are inviolable,” and specifies that “no one may be denied rights by reason of religious belief or due to philosophical or political convictions.” We are also opposed to any external force – intimidation, threats, verbal or physical aggression – that is intended to change a person’s mind-set. We do not accept that the criminalization of opinions be a valid instrument for social transformation because, besides being unconstitutional, this foments an undesirable wave of authoritarianism, undermining the foundations of democracy. In the same way that we do not seek to repress homosexual conduct with coercive measures, we do not want these same means to be used to make us stop preaching what we believe. We want to maintain our freedom to announce repentance and God’s forgiveness publicly. We want to maintain our right to open confessional educational institutions that reflect our Christian worldview. We want to guarantee that our religious community may express itself about all matters that are important to society.

We, therefore, manifest our full support for the pronouncement by the Presbyterian Church of Brazil, published in 2007 and partially reproduced, also in 2007, on the site of the Mackenzie Presbyterian University, by its chancellor, Rev. Dr. Augustus Nicodemus Gomes Lopes. If homosexual activists intend to criminalize the posture of the Mackenzie Presbyterian University, they should also prepare to equally face the Presbyterian Church of Brazil, all of the country’s evangelical churches, the Roman Catholic Church, the Jewish Congregation of Brazil and, in the last instance, to censure the Judeo-Christian Scriptures themselves. Our law guarantees that individuals, religious groups and institutions have the right to express their confessional position and conscience in subjection to the Word of God. We take this firm stand so that this freedom may not be taken away from us.

This manifesto is a collective production with a view to representing Brazilian Christian thought. For immediate release.


Publicado às 13:13

Fue lanzado un proyecto de ley en Brasil (PL 122/2006) con el objetivo de “combatir la homofobia”. El proyecto caracteriza como crimen “cualquier acción (…) intimidatoria o vejatoria, de orden moral, ético, filosófico o psicológico” que involucre al homosexualismo. Con base en este proyecto, activistas homosexuales de Brasil iniciaron oposición activa a psicólogos cristianos que ofrecen tratamiento para quien desee dejar la homosexualidad (como Rozangela Justino) y a pastores que aconsejen públicamente a sus fieles a rechazar la orientación homosexual (como el Reverendo Luterano Ademir Kreutzfeld). En 2007, los evangélicos y cristianos en general consideraron que, en caso de que la ley viniera a ser aprobada, serían castigados por tratar públicamente el homosexualismo como pecado, lo que contaría la libertad de expresión religiosa prevista en la Constitución Brasilera. Así, la Universidad Presbiteriana Mackenzie, institución centenaria de enseñanza superior (universitaria), con más de 45 mil alumnos, que tiene como socia vitalicia la Iglesia Presbiteriana del Brasil, publicó en su web parte de un posicionamiento tomado por la denominación de la Iglesia Presbiteriana de Brasil acerca del tema, esa publicación tuvo la firma de su canciller, Rev. Augustus Nicodemus Gomes Lopes. Recientemente, el texto y la institución vienen siendo acusados de homofobia por los movimientos gay, con amplío apoyo de los medios. La posición es destorcida y presentada como si hubiese una “pretensión al derecho de ser homofóbico”. La foto del Rev. Augustus está siendo mostrada en varias web gay en internet, acompañadas de palabras de odio y comentarios desmoralizadores dirigidos a él, a los evangélicos y a la Biblia.

Por tanto, nosotros, los evangélicos brasileros, suplicamos las oraciones y apoyo de los cristianos de otros países, al mismo tiempo que decidimos emitir el siguiente manifiesto, del cual pedimos amplia divulgación:

Nosotros, de varias denominaciones cristianas, venimos a dar solidaridad a la iglesia Presbiteriana, a la Mackenzie y a su canciller. Nosotros nos levantamos contra el uso indiscriminado del término “homofobia”, que pretende aplicase tanto a los asesinos, agresores y discriminadores de los homosexuales como a líderes religiosos cristianos que, a la luz de la Escritura Sagrada, consideran la homosexualidad un pecado. Ahora, nuestra libertad de consciencia y de expresión no nos puede ser negada, ni confundida con violencia. Consideramos que mencionar pecados para llamar a los hombres a un arrepentimiento voluntario es parte integral del anuncio del Evangelio de Jesucristo. Ningún discurso de odio puede pisotear la predicación del amor y de la gracia de Dios.

Como cristianos, tenemos el mandato bíblico de ofrecer el Evangelio de la salvación a todas las personas. Jesucristo murió para salvar y reconciliar al ser humano con Dios. Creemos, de acuerdo con las Escrituras, que “todos pecaron y están destituidos de la gloria de Dios” (Romanos 3.23). Somos pecadores, todos nosotros. No existe una división entre “pecadores” y “no-pecadores”. La Biblia presenta largas listas de pecado e informa que sin el perdón de Dios el hombre está perdido y condenado. Sabemos que son pecado: “inmoralidades sexuales, hacen cosas impuras y viciosas,adoran ídolos y practican la brujería. Mantienen odios, discordias y celos. Se enojan fácilmente, causan rivalidades, divisiones y partidismos. Son envidiosos, borrachos, glotones” (Gálatas 5.19). En su interpretación tradicional e histórica, las Escrituras judeo-cristianas tratan la conducta homosexual como un pecado, como demuestran los textos de Levíticos 18.22; 1 Corintios 6.9-10; Romanos 1.18-32, entre otros. Si queremos el arrepentimiento y la conversión del perdido, necesitamos nombrar también ese pecado. No deseamos cambio de comportamiento por fuerza de ley, pero sí, la conversión de corazón. Y la conversión de corazón no es presión externa, sino por la acción graciosa y persuasiva del Espíritu Santo de Dios, que, como enseñó el Señor Jesucristo, convence “de pecado, de justicia y de juicio” (Juan 16.8).

Queremos así asegurarnos que la eventual aprobación de leyes llamadasanti-homofobia no nos impedirá extender esa invitación libremente a todos, una invitación que también puede ser rechazada. No estamos a favor de ningún tipo de ley que prohíba la conducta homosexual; de la misma forma, somos contrarios a cualquier ley que atente contra el principio claro a la sociedad brasilera: la libertad de consciencia. La Constitución Federal (artículo 5°) asegura que “todos son iguales delante de la ley”, “estipula ser inviolable la libertad de consciencia y de creencia” y “estipula que nadie será privado de derechos por motivo de creencia religiosa o de convicción filosófica o política”. También nos oponemos a cualquier fuerza exterior –intimidación, amenazas, agresiones verbales y físicas- con miras al cambio de mentalidad. No aceptamos que la criminalización de la opinión sea un instrumento válido para transformaciones sociales, pues, además de inconstitucional, fomenta una indeseable onda de autoritarismo, hiriendo las bases de la democracia. Así como no buscamos reprimir la conducta homosexual por esos medios coercitivos, no queremos que los mismos medios sean utilizados para que dejemos de predicar lo que creemos. Queremos mantener nuestra libertad de anunciar el arrepentimiento y el perdón de Dios públicamente. Queremos sustentar nuestro derecho de abrir instituciones de enseñanza confesional, que reflejan la cosmovisión cristiana. Queremos garantizar que la comunidad religiosa pueda expresarse sobre todos los asuntos importantes para la sociedad.

Manifestamos, por tanto, nuestro total apoyo al pronunciamiento de laIglesia Presbiteriana de Brasil reproducido en la web de la Universidad Presbiteriana Mackenzie. Si activistas homosexuales pretenden criminalizar la postura de la Universidad Presbiteriana Mackenzie, deben prepararse para confrontar igualmente a la Iglesia Presbiteriana del Brasil, a las iglesias evangélicas de todo el país, y a la Iglesia Católica Apostólica Romana, a la Congregación Judía del Brasil y, en última instancia, censurar las propias Escrituras judeo-cristianas. Individuos, grupos religiosos e instituciones tienen el derecho garantizado por ley de expresar su confesionalidad y su consciencia sujetas a la Palabra de Dios. Nos paramos firmemente para que esa libertad no nos sea quitada.



Au Brésil il y a depuis 2006 un projet de loi (PLC 122/2006) pour “combattre l’homophobie”. Ce projet considère comme criminelle n’importe quelle action “d’ordre moral, éthique, philosophique ou psychologique qui [...] intimide ou embarrasse” les homosexuels. Même si la loi n’est pas encore approuvée, les activistes homosexuels brésiliens ont déjà commencé des actions d’opposition à des psychologues chrétiens (comme Rozangela Justino) qui offrent un traitement à ceux qui veulent abandonner leur comportement homosexuel et à des pasteurs (comme le luthérien Ademir Kreutzfeld) qui ont conseillé aux fidèles de ne pas promouvoir l’homosexualité. En 2006, les chrétiens de plusieurs églises ont considéré que, si cette loi est approuvée, ils seront punis pour avoir traité l’homosexualité comme un péché. Cela est contraire à la liberté d’expression religieuse prévue dans la Constitution brésilienne. Alors, l’Université Presbytérienne Mackenzie, une institution centenaire qui compte plus de 45.000 étudiants et 1900 professeurs dans ses locaux, et qui est associée à vie à l’Église Presbytérienne du Brésil, a publié dans son site internet une partie d’un document qui exprime la position de cette église sur le sujet. Ce document portait la signature du chanceller de l’université, Rd Augustus Nicodemus Gomes Lopes. Depuis quelques jours, ce document et l’institution qui le véhicule sont accusés d’homophobie par les activistes homosexuels, une accusation soutenue et reproduite par la majorité des médias, qui interprète à tort le document comme une revendication du “droit à l'homophobie”. La photo de Rd Lopes figure maintenant dans plusieurs sites homosexuels sur internet, accompagnée de discours haineux et de commentaires démoralisants sur lui, sur les chrétiens et sur la Bible.

Devant cette situation, nous, chrétiens du Brésil, demandons vos prières et votre appui pour la diffusion de notre manifeste dont les termes exacts sont :

Nous, chrétiens de dénominations diverses, prêtons notre solidarité à l’Église Presbytérienne, à l’Université Mackenzie et à son chancelier. Nous protestons contre l’usage indistinct du mot “homophobie”, qui met des assassins d’homosexuels sur le même plan que des dirigeants chrétiens qui, se fondant sur les Écritures Saintes, considèrent l’homosexualité comme un péché. Or, notre liberté de conscience et d’expression ne peut pas nous être niée, ni confondue avec des actes violents contre les homosexuels. Pour nous, la mention aux péchés pour appeler les hommes à un repentir volontaire est partie indissociable de l’annonce de l’Évangile de Jésus-Christ. Il n’y a aucun type de discours incitant à la haine qui puisse se fonder sur la prêche de l’amour et de la grâce de Dieu.

La Bible commande à tous les chrétiens d’offrir l’Évangile du salut à tous les hommes. Jésus-Christ est mort pour sauver et réconcilier l’être humain avec Dieu. Nous croyons, selon les Écritures, que “tous ont péché et sont privés de la gloire de Dieu” (Romains 3.23). Nous sommes tous des pêcheurs; il n’y a pas de division entre pêcheurs et non pêcheurs. La Bible présente de longues listes de péchés et informe que, sans le pardon de Dieu, l’homme est perdu et condamné. Nous savons que ce sont des péchés : “l’impudicité, l’impureté, la dissolution, l’idolâtrie, la magie, les inimitiés, les querelles, les jalousies, les animosités, les disputes, les divisions, les sectes, l’envie, l’ivrognerie, les excès de table” (Galates 5.19). Dans leur interprétation traditionnelle et historique, les Écritures judéo-chrétiennes décrivent l’acte homosexuel comme un péché, comme le démontrent les extraits de Lévítique 18.22, 1Corinthiens 6.9-10, Romains 1.18-32, entre autres. Si nous voulons le repentir et la conversion de l’homme perdu, nous devons nommer la pratique homosexuelle comme les autres. Ce n’est pas le changement de comportement forcé par la loi que nous voulons, mais la conversion du coeur, à travers l’action gracieuse et persuasive du Saint Esprit, qui convainc le monde “en ce qui concerne le péché, la justice, et le jugement” (Jean 16.8), selon Jésus-Christ.

Nous voulons donc être sûrs que l’éventuelle approbation de lois appelées anti-homophobie ne nous empêchera pas d’étendre librement à tous cette invitation, une invitation qui peut aussi librement être refusée. Nous ne sommes pour aucun type de loi qui interdise le comportement homosexuel ; ainsi, nous nous opposons à toute loi qui menace un principe cher à notre pays : la liberté de conscience. La Constitution fédérale (article 5) affirme que “tous sont égaux devant la loi”, que “la liberté de conscience et de croyance est inviolable” et que “personne ne sera privé de droits pour croyance religieuse ou conviction philosophique ou politique”. Nous nous opposons à toute force extérieure – intimidation, menaces, agressions verbales et physiques – qui vise à des changements de mentalités. Nous n’acceptons pas que la criminalisation de l’opinion soit un instrument valide pour les transformations sociales, puisque c’est inconstitutionnel et puisque cela créé des autoritarismes, blessant les bases mêmes de la démocratie. La “tolérance” doit être un principe commun à tous. Si nous ne cherchons pas à reprimer l’acte homosexuel par des actions de contrainte, nous ne voulons pas que ces mêmes actions soient utilisées pour nous faire taire. Nous voulons maintenir notre liberté d’annoncer le repentir et le pardon de Dieu publiquement. Nous voulons soutenir notre droit d’ouvrir des institutions d’enseignement qui soient confessionnelles, réflétant la vision chrétienne du monde. Nous voulons garantir que la communauté religieuse puisse s’exprimer sur tous les sujets importants pour la société.

Nous manifestons ainsi notre appui à la prise de position de l’Église Presbytérienne du Brésil et à la publication de son document dans le site de l’Université Presbytérienne Mackenzie. Si les activistes homosexuels prétendent criminaliser les positions de l’Université, ils doivent aussi se préparer pour attaquer l’Église Presbytérienne du Brésil, les églises protestantes et évangéliques du pays entier, l’Église Catholique, la Congrégation Judaïque du Brésil et, à la fin, censurer les Écritures mêmes. Des individus, des groupes religieux et des institutions ont le droit garanti par la loi d’exprimer leur confessionnalité et leur conscience soumises à la Parole de Dieu. Nous nous unissons fermement pour que cette liberté ne nous soit pas arrachée.


Este pronunciamento é uma criação coletiva com vistas a representar o pensamento cristão brasileiro. Para ampla divulgação.
Fonte: http://mensreformata.blogspot.com/

quinta-feira, 15 de abril de 2010

EDITORIAIS





O ENSINO RELIGIOSO PÚBLICO
O ensino religioso nas escolas públicas sempre foi um tema que suscitou grandes debates e discussões. Ao longo da história brasileira a referida disciplina apresentou um caráter confessional-cristão, estando estreitamente vinculada aos interesses do grupo religioso hegemônico. Entretanto, com a Lei Federal 9.475/97 o ensino religioso recebe uma nova configuração que busca afastar-se de toda forma de confessionalismo e proselitismo religioso. Mas até que ponto o ensino religioso se afasta do confessionalismo ou do proseletismo?
Por outro lado, os defensores ou o próprio Estado têm justificado o ensino religioso e seu apoio a ele, em especial após a mudança do governo em 2003, a partir de um diagnóstico da “disnomia da vida moderna” (Romano,1979, p. 127) que aponta a “ausência de valores” e a “evidente” incompetência da família e da própria Escola brasileira em adequadamente fornecê-los, fenômeno concomitante ao crescente individualismo. Nesta perspectiva, o ensino religioso seria um elemento formador e transformador para os jovens, estimulando a solidariedade entre as pessoas e auxiliando na estruturação de relações mais harmoniosas na sociedade, “construindo cidadania”. Mas até que ponto? Seria mesmo este ensino agregador ou segregador?
Há atualmente inúmeros trabalhos com esta temática, mas poucos são os trabalhos e comentários com uma fundamentação histórica e filosófica contrárias ao ensino religioso.
O ensino religioso nas escolas não é definido, segundo a lei federal, 9394 LDB, se é ou não cristão, e por isso mesmo que se é para ser implantado conforme a Lei, precisa-se abranger o maior número possível de expressões religiosas em nossa sociedade, para garantir o direito de livre expressão de culto, sob o risco de ignorarmos tais manifestações culturais e tornar-nos este dispositivo de lei como proselitismo e intolerância religiosa, o que contraria o espírito da própria lei. A meu ver seria inviável.
Por outro lado, reduzir o ensino religioso às próprias convicções religiosas, à historicidade cultural ou familiar é crime de discriminação religiosa, e o pior, as nossas crianças são as mais vulneráveis.
Entendo que o Ensino Religioso a médio ou a curto prazo poderá acender atavismos segregadores do ódio entre religiões, que já causou tanto sofrimento à humanidade.

O ESTADO LAICO

O Estado laico brasileiro se consolidou institucionalmente na primeira Constituição Republicana em 1891.
De lá prá cá foi ratificado este princípio em todas as constituições posteriores.
Por outro lado, a concepção teórica de Estado leigo ou laico, dinâmica das nações mais desenvolvidas, consubstancia a Declaração das Nações Unidas, em uma Cláusula Pétrea ao tratar dos Direitos Individuais, como também a Carta ou Declaração da Organização dos Estados Americanos. Na Declaração Universal dos Direitos Humanos, há um convite para se pensar e conceber o direito do ser humano, em todos os aspectos de sua vida social, econômica e religiosa. Ademais, em seu preâmbulo, a Declaração Universal dos Direitos Humanos é evidente quanto à finalidade de seus princípios: o advento de um mundo cujo fulcro seja a liberdade.
O artigo 18 afirma:
Todo homem tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião. Este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou coletivamente, em público ou em particular. (Declaração Universal de Direitos Humanos, 1945, p. 28).
Neste sentido, a Declaração reconhece o foro íntimo da consciência, e deve os Estados eximir-se de sua jurisdição qualquer matéria religiosa, desde que não fira os princípios que ela mesma assegura. Nesta perspectiva, se o direito natural da liberdade religiosa e da consciência não for respeitado, vai gerar o preconceito e a discriminação, assim, a humanidade está fadada a desaparecer. Por outro lado, o fanatismo religioso opera o “alienus” (separação do outro), sendo predicado ideológico de uma religiosidade exclusivista e daí terá uma sociedade à beira do abismo.
A Carta Magna Brasileira consagrou como Pétrea a cláusula do artigo 5º que diz:
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e a propriedade, nos termos seguintes: VI- é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; VIII- ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei.
Assim, a Constituição atual ratificou o laicismo inaugural da Constituição de 1891, laicismo este ratificado em todas as Constituições posteriores. Ademais, a atual seguiu a mesma concepção laica das outras quando diz categoricamente no artigo 19:
É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I – estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, reservada, na forma da lei, a colaboração de interesse público.
O princípio do Estado laico é, portanto, típico das nações que vivem sob a égide do Estado Democrático de Direito e, só não é observado hoje nas teocracias, como as que existem em algumas nações, sobretudo do mundo islâmico, e em nações ou sociedades tribais. Ademais, é alto o preço que se paga nos regimes teocráticos pela mistura das razões de Estado com as de crença e culto religioso.

RELIGIÃO E CULTURA
O debate nesta temática “religião e cultura”, partiu em tempos atrás nas Universidades Alemãs do final do século XIX, Francesas do início do século XX, e, por fim, no Brasil dos anos 50, especificamente após a criação da USP, quando o professor Roger Bastide interessou pela religião em interface com a cultura e outras ciências humanas e sociais ganhando destaque mundial. Bastide, para além do rigor científico de sociólogo, historiador e especialmente antropólogo cultural, pesquisou e escreveu imbuído de uma grande simpatia que, sem paternalismo, contribuiu decisivamente para o conhecimento da cultura brasileira, especialmente a cultura negra, fazendo interface com as outras culturas, no que diz respeito à consolidação da “cultura religiosa brasileira”, onde parte da tese de que a religião brasileira foi e continua sendo (década de 60) a força motriz onde consolidou as culturas e a forma de viver como nação.
A obra deste sociólogo-antropólogo francês realizada na Universidade de São Paulo, entre 1938 e 1954, é ao mesmo tempo extensa (mais de oitocentos trabalhos) e diversificada. Nela contém: (religiões afro-brasileiras, religião em geral, psicanálise, sociologia das doenças mentais, crítica literária, poesia, relações raciais, aculturação, culturas em foco e a formação religiosa do povo brasileiro como cultura de absorção, etc). Entre suas obras, destacam-se: “As religiões africanas no Brasil” e “O candomblé na Bahia” são as de maior relevo, seguindo-se “Imagens do Nordeste místico em branco e preto” e muitas outras.Por outro lado, o valor do trabalho levado a efeito por ele na USP recebe os mais altos elogios no Brasil e na França, como também em outros países, embora nos outros com menos amplitude.
O sociólogo-antropólogo, com simpatia manifesta no seu intenso trabalho, vislumbra uma interface científica, procurando alinhar-se a modelos de explicação sociológica-antropológica e pesquisa de campo, explicando e dando a conhecer aspectos da cultura afro-brasileira como formadora da cultura brasileira ainda naquele momento desconhecidos ou não tratados em profundidade dentro de uma tradição mais descritiva, e, esta com interface as culturas portuguesa e a nascente. Em Bastide, foi fácil perceber como a cultura religiosa, especialmente a indígena e a negra formou como diz Borges Pereira “uma cultura brasileira”. Sito Roger Bastide pela sua importância na formação dos estudiosos posteriores.

RELIGIÃO E CULTURA
A vida social pode ser vista especialmente quando se percebe melhor a questão crucial que a envolve a da relação complexa e delicada entre o indivíduo, a cultura, a religião e a sociedade. Essa questão preocupou os estudiosos do passado e do presente e tantos incontáveis pensadores de todos os tempos. Entretanto, não é nosso intuito debater aqui neste trabalho acerca das relações do sujeito, mas enfatizar a importância religião na cultura e na sociedade, bem como discorrer sobre o processo sincrético por que passou a sociedade brasileira formando assim sua cultura.
É impossível ignorar o papel da religiosidade do povo brasileiro na cultura e da cultura na religiosidade. Ademais, a religião é como um espelho que mostra as vertentes da formação cultural de qualquer povo. E para explicar este fenômeno, tem-se o elemento determinante que é o sincretismo religioso. Por outro lado, nas últimas décadas, com o crescimento dos que se declaram não católicos, com a verificação da dupla pertença religiosa de muitos fiéis e com a constatação, por parte de alguns estudiosos, do chamado “trânsito religioso”, o sincretismo e cultura voltou a ser um tema discutido, no âmbito acadêmico e também no círculo dos que vivem a sua religiosidade na participação ativa seja em qualquer religião ou seguimento. A religião e a cultura sempre andaram juntas, destacando que os grupos, sociedades tribais e os portugueses contribuíram para a formação da cultura, com destaque para o grupo de africanos oriundos da tradição nagô-iorubá e os índios de diversas tribos.
Geralmente a temática religiosa é abordada com unilateralidades e pré-conceitos que impedem um verdadeiro encontro entre culturas e saberes antropológicos adquiridos por diversos grupos humanos. O mundo das religiões é vasto, complexo e fascinante. É campo sem fronteiras, porque se alastra pela geografia do planeta com matizes multicor no grande tecido que é a experiência humana com a cultura e a transcendência.
Atualmente o estudioso, sociólogo José Bittencourt Filho, desenvolveu bem o tema: “Matriz Religiosa Brasileira”, em sua Tese de Doutorado (publicada em 2004), que ver a religião como formadora da cultura brasileira, especialmente concernente ao aspecto sincrético, embora defenda o processo aculturativo forçado da matriz portuguesa.
O mundo das religiões é vasto, complexo e fascinante. É campo sem fronteiras, porque se alastra pela geografia do planeta com matizes multicor no grande tecido que é a experiência humana com a transcendência. Refletir a relação entre religião e cultura talvez não nos ofereça tantas repostas quanto possamos esperar, contudo, abre-nos paradigmas diferentes, contextos desconhecidos e nos incita ao diálogo, ao respeito à diversidade e à busca da tolerância fundamental entre os seres humanos.

A EDUCAÇÃO COMO BASE PARA ÉTICA POLÍTICA
Há muito que vemos escândalos e mais escândalos na política no Brasil. Já se acostumou em dizer que na política está ausente a ética. É bem verdade que com os contínuos escândalos desde a década de 80, pelo menos os mais divulgados, o nosso País passa por uma crise sem fim. Mas o que isso tem haver com o conceito filosófico de ética? Como se aplica este conceito à política?
Um dos temas mais estudados e comentados em filosofia diz respeito ao conceito e da aplicabilidade da ética. Há alguma divergência sobre o que realmente seria ética, pois essa palavra tem origem grega e a palavra grega que a originou, também deu origem a palavra moral. Em Aristóteles ver-se que a ética seria uma compreensão de como as coisas, de forma imanente, são. Portanto, quanto mais agirmos nos realizando, nos sentindo bem, mais essa ação será ética. Aristóteles pensa que o homem não tende a virtude e sim para as paixões, apetites e desejos, e a virtude seria um hábito, algo que se tem que alcançar, ou seja, teríamos que educar os apetites, paixões e desejos, e só seríamos virtuosos se atingíssemos uma justa medida. Portanto, para Aristóteles, o homem deve buscar a phrónesis, que é a prudência ética ou moral.
Para se ter um comportamento ético portanto é preciso unir a racionalidade e o coração, ou seja, o desejo de fazer o bem a se mesmo e a humanidade. No caso do Brasil é preciso formação, instrução, informação, principalmente em relação àqueles que são mandatários do poder.

PROTOCOLO DE KIOTO

Infelizmente o Protocolo de Kyoto não freou o aquecimento global!
O papel do chamado "Protocolo d Kyoto" firmado em 1997 para ter sua primeira fase de metas de redução de emissão de gazes nocivos ao planeta, não surtiu efeos positivos até então.
Pelo Protocolo, os 37 paises mais ricos do mundo signatários daquele acordo são também os que estão mais poluindo o planeta pela emisão de CO2.
China, EUA, Uniõ Européia, Rússia e Japão, estão na ordem dos maiores emitentes de poluentes. Os americanos até hoje resistem às metas de Kyoto, e, somente agora estão se discutindo uma proposta no congresso de limitar voluntariamente as emissões em 5% até 2020. Já os eupopeus querem enterrar Kyoto, dizendo que o PROTOCOLO DE kYOTO NÃO RESOLVEU O PROBLEMA DO AQUECIMENTO GLOBAL, tanto assim que continuam aumentando a concentração de CO2.
Assim, pode verificar que o problema não está no protocolo que os governantes assinaram, e sim em não controlar as emissões.

BRASIL 1º OU 3º MUNDO
O Brasil está numa encruzilhada entre o primeiro mundo e o terceiro mundo.
Esta tese foi um tema ou reportagem de capa da Revista Veja de 28 de maio de 2008. “Brasil 1º e 3º mundo: o que nos empurra para a civilização e o que nos atrasa”.
A reportagem na época dizia que o Brasil combina elementos de uma sociedade moderna, de primeiro mundo com obstáculos e vícios arcaicos típicos de países mais atrasados. A reportagem traçou um paralelo mostrando pelo menos 50 exemplos desta contradição.
Na área econômica o pais está estável, com uma moeda estável. Pagou a dívida externa, tem saldo na balança comercial, reservas cambiais e aumentou a exportação. Por outro lado, tem a maior taxa de juros, entre 50 países ficou em penúltimo na educação é um dos mais corruptos e ainda com uma péssima distribuição de renda e riqueza. Tais fatores negativos que outros países asiáticos já há muito tempo venceu, como é o caso da China e Coréia do Sul.
Para o economista Jose Pastore, se o Brasil quiser trilhar a história de sucesso dos países asiáticos, terá que investir pesado na educação e pesquisa.
Para Octávio de Barros, o Brasil nunca teve tantas possibilidades de definir seu futuro. Não adianta exportar aviões, e não acabar com os aviões da dengue, não adianta explorar petróleo a sete mil metros e não termos engenheiros em número suficiente e com boa formação, não adianta produzir etanol e termos trabalhadores com baixos salários e vivendo em regime de escravidão, não adianta uma alta produção rural com a maior devastação ambiental do planeta, não adianta garantias individuais com uma impunidade coletiva, não adianta armar a polícia sem combater o tráfico de drogas e sem implementar políticas de igualdades. Assim como diz a reportagem: “metade do corpo está no primeiro mundo, mas metade do corpo ainda veste calças curtas do subdesenvolvimento.



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sábado, 6 de março de 2010

O ENSINO RELIGIOSO PÚBLCO

O ensino religioso nas escolas públicas sempre foi um tema que suscitou grandes debates e discussões.
Ao longo da história brasileira a referida disciplina apresentou um caráter confessional-cristão, estando estreitamente vinculada aos interesses do grupo religioso hegemônico. Entretanto, com a Lei Federal 9.475/97 o ensino religioso recebe uma nova configuração que busca afastar-se de toda forma de confessionalismo e proselitismo religioso. Mas até que ponto o ensino religioso se afasta do confessionalismo ou do proseletismo?
Por outro lado, os defensores ou o próprio Estado têm justificado o ensino religioso e seu apoio a ele, em especial após a mudança do governo em 2003, a partir de um diagnóstico da “disnomia da vida moderna” (Romano,1979, p. 127) que aponta a “ausência de valores” e a “evidente” incompetência da família e da própria Escola brasileira em adequadamente fornecê-los, fenômeno concomitante ao crescente individualismo. Nesta perspectiva, o ensino religioso seria um elemento formador e transformador para os jovens, estimulando a solidariedade entre as pessoas e auxiliando na estruturação de relações mais harmoniosas na sociedade, “construindo cidadania”. Mas até que ponto? Seria mesmo este ensino agregador ou segregador?
Há atualmente inúmeros trabalhos com esta temática, mas poucos são os trabalhos e comentários com uma fundamentação histórica e filosófica contrárias ao ensino religioso.
No período de 1500 a 1800, a ênfase foi a integração da escola, igreja, sociedade política e econômica. O projeto religioso da educação não conflitua com o projeto político dos reis e da aristocracia, pois é a fase da educação sob o motivo religioso. Como a religião católica era oficial, o ensino da doutrina da religião do estado era parte integrante dos programas.
Desenvolveu-se a cristianização por delegação pontifícia, autoridade de Roma, como justificativa do poder estabelecido, em decorrência do regime de padroado que vigorava no Período Colonial e no Império. Nele o Estado detinha o controle da Igreja, assim, o Rei (e depois o Imperador) eram virtualmente o chefe da Igreja no país, assim como os religiosos influíam, também, na política. Em verdade a Igreja Católica avocava para si o poder temporal e o espiritual.
O Ensino Religioso era intrínseco à educação. No período Colonial, o que se desenvolveu como Ensino Religioso foi a religião oficial, como evangelização dos gentios e catequese dos índios e dos negros conforme acordos entre o Sumo Pontífice e o Monarca de Portugal, em função do projeto colonizador.
Com o Marquês de Pombal houve reformas radicais no processo educacional brasileiro. Os Jesuítas forram expulsos do Brasil, e isso refletiu diretamente na educação. Entretanto o ensino religioso continuou por todo período colonial e imperial, e, mesmo no período republicano, embora a Igreja Separada do Estado, o ensino religioso sempre voltou em cena.
Oficialmente, o Ensino Religioso foi poupado desde o advento da República até a era Vargas.
Em 30 de abril de 19314 foi publicado o decreto nº 19.941, que reintroduziu o ensino religioso nas escolas públicas. Dizia o decreto 19.941 de 1931 em seu artigo 1°: “Fica facultativo, nos estabelecimentos de instrução primária, secundária e normal, o ensino da religião.” O decreto determinava nos demais artigos que os pais ou tutores podem requerer no ato da matrícula a dispensa dos alunos e que a organização do conteúdo e escolha dos livros ficaria sob a responsabilidade dos ministros do respectivo culto sendo os professores de ensino religioso designados pelas autoridades do culto a que se referir o ensino ministrado (Cury,1993:27). O ensino religioso reintroduzido nas escolas públicas era confessional.

A Constituição dos Estados Unidos do Brasil – 1934 em seu Artigo 53 Diz:
O ensino religioso será de freqüência facultativa e ministrada de acordo com os princípios da confissão religiosa do aluno manifestada pelos pais ou responsáveis e constituirá matéria dos horários nas escolas públicas primárias, secundárias, profissionais e normais (BRASIL, 1934).

O Ensino Religioso deu uma esfriada após o período Vargas, mas voltou com força de articulação política na Constituição de 1988.
Segundo as sociólogas Maria Amélia Schmidt Dickie e Janayna de Alencar Lui houve desempenho de um forte lobby da Igreja Católica, em especial da liderança aberta ou não da Igreja Católica Apostólica Romana. Esse lobby se fez desde o período da Assembléia Nacional Constituinte, quando entidades como a Associação Interconfessional de Educação de Curitiba (Assintec) do Paraná, o Conselho de Igrejas para Educação Religiosa (Cier) de Santa Catarina, o Instituto de Pastoral de Campo Grande, Mato Grosso (Irpamat) e o Setor de Educação da CNBB, principalmente o Grupo de Reflexão Nacional sobre Ensino Religioso da CNBB (Grere), assumiram as negociações, legitimadas por coordenadores estaduais de ensino religioso dos estados onde ele já era regulamentado. Articulação orquestrada pelo movimento ecumênico da Igreja Católica com outras confissões.
Este lobby conseguiu garantir a presença do ensino religioso na Constituição
de 1988, em seu artigo 210, parágrafo 1o, que diz: “O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental”. Mas ele se fez mais intenso e mais abrangente durante o período de elaboração da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação, só promulgada em 1996, a que ficou conhecida como Lei Darcy Ribeiro, e modificada em 1997.
O deputado Sérgio Arouca manifestou-se contra o projeto que resultou na lei 9.475, de 22 de julho de 1997, que alterou a LDB promulgada no ano anterior. O deputado fluminense se opôs à supressão da condição “sem ônus para os cofres públicos”, do artigo sobre o ensino religioso, assim como ao fato de que ele faria “parte integrante da formação básica do cidadão”. Note-se que o deputado Sérgio Arouca também incorporou a idéia de Ruy Barbosa, de o ensino religioso ser oferecido fora dos horários escolares, mas não como parte do currículo das escolas públicas. Além de Arouca, outros três deputados se manifestaram contrários às mudanças propostas: José Genoíno (PT-SP), Salatiel Carvalho (PTB-PE) e Lamartine Posella (PPB-SP). Suas origens ideológicas eram bem diferentes, mas os quatro convergiram na defesa da laicidade do ensino público – Arouca e Genoíno, ex-comunistas; Carvalho e Posella, evangélicos. Todos os demais deputados presentes à sessão aprovaram o projeto de lei, que tramitou em regime de urgência, às vésperas da visita do papa João Paulo II ao Brasil.
Em São Paulo o ensino religioso foi regulamentado e implantado em 2001, através da lei no 10.783/2001.
O processo de implantação culminou com a aprovação, em 27 de julho de 2001,
da deliberação no 16, do Conselho Estadual de Educação, que determinou que compete aos professores graduados em História, Ciências Sociais e Filosofia ministrarem as aulas de ensino religioso. Embora não admitisse em tese Padre e Pastor, naturalmente o que predominou e está predominando é a confissão Católica com raríssimas exceções.

BASES PARA NÃO “ENSINO RELIGIOSO”:
1º O Brasil é um País Laico
Em nosso país, o ensino religioso, legalmente aceito como parte dos currículos das escolas oficiais do ensino fundamental, na medida em que envolve a questão da laicidade do Estado, a secularização da cultura, a realidade socioantropológica dos múltiplos credos e a face existencial de cada indivíduo, tornase uma questão de alta complexidade e de profundo teor polêmico (Cury, 1993). Neste sentido, o ensino religioso torna-se problemático, visto que envolve o necessário distanciamento do Estado laico ante o particularismo próprio dos credos religiosos. As duas Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1961 e 1996) foram promulgadas com uma cláusula que proibia o uso de recursos públicos para o ensino religioso nas escolas públicas - um avanço na direção da laicidade do Estado. Mas, essa cláusula foi retirada das duas leis, pelo mesmo Congresso que as promulgara, por causa da pressão da Igreja Católica - outro recuo na laicidade. Deve existir uma divisão muito acentuada entre o Estado e a Igreja (religiões em geral), não podendo existir nenhuma religião oficial, nem Ensino Religioso propocionado pelo Estado, devendo, porém, o Estado prestar proteção e garantia ao livre exercício de todas as religiões.
Por outro lado, a ausência de ensino religioso nas escolas não impede que a cultura religiosa (caridade) entre os alunos, a qual vem da família ou ministrada nos seus espaços próprios, se expanda para um serviço desinteressado, humanamente desinteressado, onde prevaleça o amor ao próximo.
O nosso país, por esta razão, necessita preservar a condição de Estado laico e, para tanto, precisa evitar a indevida intromissão estatal como a de promover o ensino religioso nas escolas; não é preciso dizer que tal preservação não torna o Estado brasileiro ateu.

2º Pluralidade Religiosa Existente em Nossa Sociedade
Vivemos a cultura de uma sociedade judaica-cristã, fruto de uma triste colonização. Em 31 de outubro de 1517 Martin Lutero fixou suas 95 teses na porta do palácio de Wittenberg, e em 22 de abril de 1500, dezessete anos antes, Pedro Alvares Cabral descobriu o Brasil, portanto o tipo de catolicismo ao qual fomos iniciados era de características medievais, ou seja, indulgente, inquisitório e intolerante. O Brasil não pode ser considerado como um país cristão tão somente pela imposição de seus primeiros, ou por seus atuais colonizadores.
Na constituição federal são atribuídos os exercícios sacerdotais à apenas três categorias religiosas: o Padre (sacerdote católico), o Rabino (sacerdote judaico) e o Pastor Protestante (sacerdote de confissão evangélica). Ficam de fora as religiões não cristãs (Islamismo, Budismos etc.); Religiões que estão fora da classificação de católicos e protestantes (Kardecismo, Umbandismo etc.). O ensino religioso nas escolas não é definido, segundo a lei federal, 9394 LDB, se é ou não cristão, e por isso mesmo que se é para ser implantodo conforme a Lei, precisa-se abranger o maior número possível de expressões religiosas em nossa sociedade, para garantir o direito de livre expressão de culto, sob o risco de ignorarmos tais manifestações culturais e tornar-nos este dispositivo de lei como proselitismo e intolerância religiosa, o que contraria o espírito da própria lei. A meu ver seria inviável.
Por outro lado, reduzir o ensino religioso às próprias convicções religiosas, à historicidade cultural ou familiar é crime de discriminação religiosa, e o pior, as nossas crianças são as mais vuneráveis.
Entendo que o Ensino Religioso a médio ou a curto prazo poderá acender atavismos segregadores do ódio entre religiões, que já causou tanto sofrimento à humanidade.
3º O Lugar do Ensino Religioso é na Igreja e no Lar

A expressão religiosa de um povo deve ser produto do ensino das religiões nos templos e na família. A crença religiosa dos cidadãos brasileiros é matéria de foro íntimo, não de foro público. Tal foro parte da liberdade de consciência e da formação recebida na família e consequentemente na Igreja. Isso tem uma conseqüência muito clara e direta para o que se refere ao Estado. Idéia esta defendida pelos pensadores desde o século XIII e pelos reformadores do século XVI.
O ensino religioso na família tem um papel importantíssimo na formação do indivíduo, ou melhor, na formação da pessoa como um todo, pois a família é a célula mater da sociedade. O núcleo familiar é o primeiro grupo social do qual participamos e recebemos, não somente herança genética ou material, mas principalmente moral. Nossa formação de caráter depende, fundamentalmente, do exemplo ou modelo familiar que temos na formação de nossa personalidade.
A Igreja tem o ministério docente de levar o homem a não somente conhecer a Deus, mas o dever conhecer a si mesmo e de amar o próximo. O programa de educação religiosa nas igrejas é necessário para a instrução e o desenvolvimento de seus membros capacitando-os para o serviço cristão e o desempenho de suas tarefas no cumprimento da missão da igreja no mundo.
Conclusão:
A Escola deve ser um ambiente pacífico aonde o respeito às diversidades, a tolerância e o amor ao próximo esteja presente indiferente dos atestados de fé dogmática. Ademais, todo ser humano tem, também, uma grande necessidade de convivência com seus semelhantes, que se dá através da solidariedade, da amizade, dos relacionamentos, da empatia, da alegria, do convívio e da fraternidade.

MAURO FERREIRA

sábado, 27 de fevereiro de 2010

A Importância da Religião


“A ciência sem religião é aleijada, a religião, sem ciência, é cega”. (Albert Einstein)

“Quem elimina a religião elimina a todo e qualquer fundamento da sociedade humana” (Platão)



A vida social pode ser vista especialmente quando se percebe melhor a questão crucial que a envolve a da relação complexa e delicada entre o indivíduo, a cultura, a religião e a sociedade. Essa questão preocupou os estudiosos do passado e do presente e tantos incontáveis pensadores de todos os tempos. Entretanto, não é nosso intuito debater aqui neste blogger acerca das relações do sujeito, mas enfatizar a importância religião na cultura e na sociedade.

É impossível ignorar o papel da religiosidade do povo brasileiro na cultura e da cultura na religiosidade. Ademais, a religião é como um espelho que mostra as vertentes da formação cultural de qualquer povo.